segunda-feira, 6 de outubro de 2008

O Processo da Mumificação



Os nossos conhecimentos de mumificação de um cadáver e suas alterações técnicas ao longo do século baseiam-se em duas fontes. Além do exame dos próprios corpos mumificados, dispomos do relato de Heródoto, viajante grego que esteve no Egito no ano 450 a.C. e descreveu como era feita a mumificação no Livro II de sua obra História.

Os Testemunhos de Heródoto são de uma exatidão surpreendente, quando comparados com as descobertas de recentes investigações efetuadas em múmias.

Os embalsamadores trabalhavam fora das povoações, nas margens do Nilo ou dos canais de irrigação, pois era necessária água em abundância para lavar os corpos. O corpo era estendido numa mesa de madeira ou de pedra, cujas partes laterais estavam ornamentadas com as formas estilizadas de um leão. Para embalsamar um rei eram certamente utilizadas mesas bastantes mais dispendiosas.

Segundo Heródoto, os embalsadores começavam seu trabalho pela cabeça do cadáver, removendo o cérebro do crânio através das narinas com um arame de ferro encurvado, um liquido resinoso era jogado no crânio já vazio, em alguns casos (como revelam estudos) em vez de óleos resinosos, introduziam linho no crânio esvaziado.





Após o tratamento da cabeça, os embalsamadores passavam para o abdômen e abria o ventre, a incisão abdominal era sempre efetuada acima da crista ilíaca e do lado esquerdo. As vísceras extraídas eram conservadas a parte (pulmão, fígado, estômago e intestinos), era envolvida em um pano de linho e cada órgão era colocado em quatro vasos canópicos (vasos de vísceras) que eram colocados junto ao túmulo da múmia.



Segundo os egípcios a proteção mágica das vísceras era guardada por quatro deuses especiais, os chamados "filhos de Hórus": Imseti tinha aparência humana, Hapi de babuíno, Kebehsenuef de falcão e Duamutef de chacal.




Para os egípcios o coração era o lugar onde residia o pensamento o sentimento, assim como o órgão responsável conseqüentemente, pela individualidade de cada ser humano. Por este motivo, era necessário que permanecesse no interior do corpo.

O ultimo passo no processo de embalsamento de um corpo era o seu tratamento com natrão, um sal fortemente higroscópico, ou seja, extrai a água contida nos tecidos do corpo, secando-os e os conservado.

Este tratamento com sal de natrão durava entre 35 e 40 dias, ficando então os tecidos completamente secos, pelo que já não se decompunham.

Para envolver o corpo mumificado era utilizada uma grande quantidade de panos e faixas de linho. Para dar mais firmeza ao corpo este era por vezes deitado sobre uma tábua, juntamente com a qual era enfaixado, ou introduzia-se uma vara a partir do tórax e ao longo da coluna cervical até o crânio, para manter a cabeça mais fixa e unida ao tronco.

Principalmente no período tardio, era colocado sobre a múmia, depois de enfaixada, um grande número de amuletos muito diversos, que tinham como função proteger e assegurar a regeneração da pessoa após a morte. Estes amuletos ficavam cobertos pela ultima camada de linho.

A múmia depois de preparada era introduzida dentro de uma urna ou de várias encaixadas uma dentro da outra.











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